cegueira

Cegueira pode ser prevenida desde o nascimento

Problemas de visão, inclusive a cegueira, podem ser combatidos e revertidos logo após o nascimento

É importante saber que o bebê prematuro pode precisar realizar exame oftalmológico ainda dentro da UTI. Os exames dos prematuros devem ser iniciados, em geral, a partir da 4ª semana de vida da criança. A retina do bebê prematuro é muito imatura, e devido a essa imaturidade pode ocorrer problemas com o olhinho do bebê, que afetam a visão, que podem inclusive levar à cegueira.

Retinopatia da prematuridade
Quando a criança nasce prematura, ela recebe oxigênio na UTI neonatal. O desenvolvimento da retina pode sofrer algumas alterações ocorrendo a formação e crescimento de vasos sanguíneos anômalos, o que pode levar a sangramento, tração e descolamento da retina. Quando necessário, o tratamento mais comum nesse caso é a fotocoagulação a laser e uso de medicamentos.

Teste de Olhinho
O Teste do Olhinho é feito logo ao nascer, na maternidade, ou na primeira semana de vida do bebê, e se normal, deve ser repetido durante o primeiro ano do bebê, uma a duas vezes, pelo pediatra. Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, a criança deve ser levada a consulta oftalmológica pelo menos uma vez. No Paraná, desde 2005, os bebês recém-nascidos passam pelo teste do olhinho, que é rápido, de fácil execução e indolor. Para executar o teste do olhinho, é usado um aparelho conhecido como oftalmoscópio direto.

Doenças visuais no recém-nascido
O bebê que lacrimejar muito, tiver mancha branca na menina dos olhos, olhos muito maiores que o normal, ou que ainda não suportar a claridade, deve ser levado com urgência ao oftalmologista. Este poderá diagnosticar se um desses sinais é decorrente de patologia ocular, e em caso positivo, iniciar prontamente o tratamento. Confira a seguir quais são as doenças visuais, que afetam o recém-nascido:

Catarata congênita
É o que se chama popularmente de pupila (ou menina dos olhos) branca, e que na medicina é denominada de Leucocoria. Após alguns exames, que confirmarão a catarata congênita, essa doença deve ser tratada rapidamente, com cirurgia na grande maioria dos casos.

Glaucoma congênito
A doença, conhecida como glaucoma “congênito” ou “pediátrico”, acomete um em cada dez mil bebês e pode ou não estar relacionado ao histórico familiar. É o bebê que apresenta lacrimejamento constante e que reage mal quando exposto à luz, e que ainda apresenta o olho com tamanho maior que as outras crianças da mesma idade. Uma vez diagnosticado o glaucoma congênito, o tratamento a ser instituído é cirúrgico.

Retinoblastoma
É o tumor maligno intraocular mais comum da infância, com o qual a criança pode nascer ou que pode ser percebido entre os 2 e 4 anos de vida da criança. Se não tratado, o bebê corre o risco de perder a visão e eventualmente a vida. O problema é o diagnóstico tardio, quando os pais percebem na foto um ou ambos os olhos com reflexo esbranquiçado. Principalmente quando há histórico na família, o acompanhamento deve ser feito mais sistematicamente.

Doenças visuais na infância
A visão se desenvolve até os sete anos de vida, por isso é muito importante que problemas de visão sejam tratados o quanto antes. Confira abaixo alguns sinais e doenças visuais na infância mais comuns:

Lacrimejamento
Quando constante e excessivo pode representar desde a obstrução do canal lacrimal, ou seja, obstrução da drenagem da lágrima pelo nariz, até glaucoma congênito, doença que é grave. Em situação como essa, a criança deve ser levada ao oftalmologista para avaliação.

Estrabismo
Também conhecido como olho torto ou vesguice. É a presença do olho torto, ou desviado. A criança não apresenta os olhos paralelos, podendo ser que esse fato aconteça eventualmente, ou pode ser constante. É muito importante a consulta com o oftalmologista logo que se perceba o estrabismo, pois quanto antes iniciar o tratamento, maior a chance de boa visão nessa criança. O tratamento pode ser feito por meio de óculos, toxina botulínica ou pode necessitar de cirurgia. Quanto mais tardio for o diagnóstico e o tratamento de um estrabismo presente desde os primeiros anos de vida da criança, maior a possibilidade de existir o que denominamos de Ambliopia, popularmente conhecido como olho preguiçoso. O olho desviado, geralmente apresenta visão inferior ao olho alinhado. Quanto menos idade tiver a criança no início da terapia, maior será o sucesso do tratamento.

Ptose Congênita
Trata-se de um olho mais fechado que o outro. O momento do tratamento cirúrgico depende do quanto a pupila, ou seja, a menina do olho, esteja ocluída pela pálpebra caída. O tratamento é cirúrgico, e consiste em subir a pálpebra para que o olho da criança receba o estímulo adequado.

Erros refrativos
Em todo o mundo, os problemas visuais mais comuns são os erros de refração. Pacientes que possuem falhas de refração podem apresentar desconforto nos olhos, dificuldade para focalizar objetos, dificuldade para leitura, dores de cabeça e dificuldade para enxergar de perto ou de longe. Conheça os tipos de erros de refração comuns em crianças:

Hipermetropia
A hipermetropia é o erro refrativo mais comum na infância. É caracterizado pela visão de longe ser melhor do que a de perto, embora em altas hipermetropias, a visão é alterada tanto para longe quanto para perto. Em graus menores, pode gerar cansaço visual, fadiga ocular, dor de cabeça e limitação na capacidade da leitura. Apresenta prevalência de 34% da população, o que equivale a 65 milhões de pessoas. Nos pacientes com alta hipermetropia, muitas vezes encontramos estrabismo associado. O tratamento convencional da hipermetropia é realizado por meio de óculos ou lentes de contato, e na vida adulta, em muitos casos, pode ser considerado o tratamento cirúrgico, por meio da cirurgia refrativa.

Astigmatismo
É causado por diferentes curvaturas da córnea ou alteração no cristalino, formando a imagem em planos diferentes o que ocasiona a distorção da mesma. O uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia podem corrigir o astigmatismo.

Miopia
Erro refrativo onde a visão é melhor para perto do que para longe, sendo comum a queixa de enxergar mal o quadro negro na sala de aula. É mais comum na adolescência, no entanto, com o advento dos celulares e tablets, estamos observando início precoce de miopia nas crianças que utilizam com frequência esses aparelhos, principalmente se o pai ou a mãe, ou ambos forem míopes. Pesquisa científica tem sido realizada em vários países, inclusive no Brasil, com o intuito de reduzir a progressão da miopia nas crianças e adolescentes.

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